domingo, 11 de julho de 2010

Igreja e Estado

Às vezes quero acreditar que a história é cíclica, isto é, de tempos em tempos os fatos se repetem numa cadeia sem fim. Isto, ou continuamos a repetir os mesmos erros de sempre – teimamos em não aprender com o passado.

A história nos mostra o quanto foi danoso para o evangelho, quando através de Constantino o cristianismo se confundiu com o Estado, aliás, o cristianismo surge neste exato momento. A partir daí as boas novas do reino foram sendo usadas para perpetuação de sistemas que em nada condiziam com o verdadeiro reino de Deus inaugurado por seu Filho.

Digo isto porque a nota comum hoje no meio dos “cristãos” é que não podemos estar deitados em berço esplêndido, enquanto desperdiçamos o potencial eleitoral que temos, votando em candidatos não-cristãos. Candidatos estes que querem aprovar leis que irão trazer uma nova onda de perseguição aos cristãos e jogá-los novamente às feras.Ou, pior ainda, obrigar-nos a aceitar casamento de homossexuais.

No entanto, o que temos visto são esses defensores dos valores e da moral cristã serem contados entre tantos que eternizam práticas desonestas com o que é público, quando não, são omissos no enfrentamento às políticas que favorecem meia dúzia de protegidos, que oprimem o pobre, roubando-lhe um futuro digno, que exterminam vidas sem pegar em uma arma de fogo. É assim que pretendem criar uma república tupiniquim cristianizada para então concretizarem o reino de Deus aqui nos trópicos. Diante de cenários como este, tem razão quem diz que toda ideologia nasce como um movimento, depois se transforma num comércio e por fim vira uma quadrilha.

A história é linear. E é por isso que somos responsáveis pela transformação de toda estrutura social comprometida com tais práticas. Seja na associação de moradores, no sindicato de trabalhadores, nas organizações empresariais, e - pasmem todos – na política. Isso na política! Mas política que vise o bem comum, que resgate a dignidade do homem, que nos torne gente. Religião e Política, sim. Igreja e Estado, não!

Um comentário:

  1. Boas Palavras, apesar de que a conscientização eleitoral ainda está em processo de maturação, afinal o brasileiro não tem consciência política, pois as razões pelas quais muitos de nós votam, sinceramente, são as mais palperrimas possivéis. No entanto o acesso ao ambiente universitário e a inclusão social à educação e a informação tem sido os principais responsavéis desse desenvolvimento.
    Cabe aos lideres eclésiasticos, formadores de opinião, a orientar suas ovelhas não em QUEM votar, mas COMO votar e isso atrelado a uma visão neotestamentária sobre eleições políticas e não se apegar de forma descontextualizada ao Velho-Testamento e vendo nele o prícipio para formar nossas opiniões.

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