A Fé em geral tem sido associada ao anti- intelectualismo, obscurantismo ou outras expressões quaisquer que
signifiquem a supressão do pensar. As comunidades religiosas têm sido excluídas dos
debates sociais relevantes, pois existe um preconceito, talvez até impregnado
no inconsciente coletivo, graças ao poder da mídia de massa, que qualquer voz
que venha do meio religioso carece de plausibilidade. O meio acadêmico tem sido
um ambiente belicoso para aqueles que professam qualquer tipo de fé. Existem
inclusive cursos de “ateologia” sendo ministrados pela Europa, como os de
Michel Onfray, uns dos sacerdotes do neo-ateísmo. Em uma sociedade calcada na
máxima de René Descartes : Penso, logo existe. A fé foi colocada à margem e considerada
sinônimo de pensamento retrógrado e retratada como símbolo de uma época de
trevas na história humana.
Porém, a fé cristã encontrou
paladinos que desbravaram terras inóspitas com o objetivo de reconciliar o
pensar e a fé. Dentre eles está o reverendo D. Martyn Lloyd-Jones, homem que
renunciou a carreira de cardiologista para se tornar um pregador da Palavra de
Deus. Em seu livro, Estudos no Sermão do Monte, Dr Lloyd-Jones comenta o seguinte versículo:
"Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é
lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?" Mt 6.30
De forma surpreendente eles nos presenteia com estas palavras:
“A fé, de acordo com o
ensinamento do nosso Senhor neste parágrafo, é basicamente o ato de pensar, e
todo problema de quem tem uma fé pequena é não pensar. A pessoa permite que as
circunstâncias lhe oprimam... temos de dedicar mais tempo ao estudo das lições
de nosso Senhor sobre a observação e dedução. A bíblia está repleta de lógica,
e de forma alguma devemos pensar que a fé seja algo meramente místico. Nós não
sentamos simplesmente numa poltrona, permanecendo à espera que coisas
maravilhosas nos aconteçam. Isso não é fé cristã. A fé cristã é, em sua
essência, o ato de pensar. Olhem para os pássaros, pensem neles, e façam suas
deduções. Vejam os campos, vejam os lírios silvestres, considerem essas
coisas... A fé, se quiserem, pode ser definida assim: É insistir em pensar
quando tudo parece está determinado a nos oprimir e a nos pôr por terra,
intelectualmente falando. O problema com as pessoas de pequena fé é que elas,
ao invés de controlarem seus próprios pensamentos, os seus pensamentos é que
são controlados por algumas circunstâncias e, como se diz, elas passam a rodar
em círculos. Isso é a essência da preocupação... Isso não é pensamento; isso é
ausência completa de pensamento, é não pensar.”
Essa aparente incoerência entre
Pensar e Fé é superada quando levamos todos os nossos pensamentos cativos a
Deus.Tentar isolar em instâncias separadas as dimensões da fé e do pensar só interessa aqueles que voluntariamente rejeitaram o Senhor e amaram mais a criatura que o criador.
Portanto, como cristão devo conciliar a máxima “penso, logo existo” com tenho fé em
Cristo, logo existo. Elas não são auto-excludentes.
As palavras do Dr. Lloyd são renovadoras e tenha certeza que as usarei em uma mensagem!!!
ResponderExcluirSó não estou certo que Voltaire esteja certo ao dizer "penso, logo existo", mas quanto a isso deixarei para um outro momento!
Parabéns Rodrio! Acho que pensamentos ateológicos dão existência a escravidão de mentes.
ResponderExcluirMas o dito de Voltaire não está errado não. Pensadmentos geram atitudes que gera existência.
Paulo disse: Mas nós temos a mente de Cristo. 1 Coríntios 2:16
Tudo que for verdadeiro, honesto, justo, puro, amável.
Josiel Dais( IEC Alcântara-SG), escreveu: “mente esvaziada de Deus” é espaço para o diabo trabalhar.